O Desembarque de 6 de junho de 1944 foi um momento decisivo na Segunda Guerra Mundial, marcando o início da libertação da França e da Europa nas praias da Normandia. Foi aqui, há 80 anos, que começou a se desenhar o mundo como o conhecemos hoje.
Desde então, a região se consolidou como um destino turístico de memória, atraindo visitantes de todas as nacionalidades e gerações, que vêm para conhecer e preservar a lembrança daqueles que lutaram pela paz.
Com 94 locais e pontos de visita históricos, 44 museus, 21 memoriais e áreas naturais, além de 29 cemitérios, o turismo de memória é a principal motivação das visitas à Normandia, destacando-se entre os diversos atrativos da região.
1. Museu Memorial de Caen: Contexto Histórico
Localizado na cidade de Caen, este museu é um dos mais completos sobre a Segunda Guerra Mundial na Europa. Com uma abordagem que vai além do Dia D, o Memorial de Caen contextualiza os anos que antecederam o conflito e seus desdobramentos.
O museu apresenta documentos, objetos autênticos e testemunhos de veteranos, proporcionando uma experiência imersiva.
2. Cemitério Americano de Colleville-sur-Mer: Reflexão e Homenagem
Poucos lugares evocam tanto a memória dos soldados aliados quanto o Cemitério Americano de Colleville-sur-Mer. Esse Cemitério faz parte de nosso passeio privativo saindo de Paris, Caen ou Bayeux
Com mais de 9.300 lápides brancas dispostas em um gramado impecável, o local transmite um sentimento de respeito e luto.
A visita inclui um centro de informações interativo que narra as histórias individuais dos combatentes.
3. Pegasus Bridge: O Primeiro Passo para a Libertação
A Pegasus Bridge foi um dos primeiros pontos libertados pelos Aliados na madrugada de 6 de junho de 1944.
A tomada da ponte pelos paraquedistas britânicos foi fundamental para garantir o avanço das tropas.
Hoje, um museu próximo à estrutura original detalha a missão e exibe equipamentos militares utilizados no desembarque.
4. Arromanches-les-Bains e o Porto Mulberry
Diferente de outras praias do desembarque, Arromanches destaca-se pelo seu papel logístico.
Foi ali que os Aliados construíram um porto artificial, o Porto Mulberry, essencial para o fornecimento de suprimentos às tropas.
Ruínas dessa estrutura ainda podem ser vistas no mar, e o Museu do Desembarque apresenta maquetes e vídeos sobre sua engenharia inovadora.
5. La Cambe : Cemitério Alemão
Embora os cemitérios aliados atraiam a maioria dos visitantes, o cemitério militar alemão de La Cambe oferece uma perspectiva distinta sobre a memória da guerra. Inaugurado em 21 de setembro de 1961, o local abriga os restos mortais de 21.222 soldados alemães, muitos deles com apenas 18, 19 ou 20 anos quando perderam a vida entre 6 de junho e 20 de agosto de 1944, durante o desembarque aliado e os combates subsequentes.
O local se destaca pela estética sóbria: cruzes de basalto dispostas com rigor geométrico e um túmulo coletivo centralizado por um imponente monte de grama coroado por uma cruz de pedra.
A visita a La Cambe suscita reflexões importantes sobre como lembrar os combatentes do lado derrotado do conflito. Para alguns, um cemitério alemão em solo francês ainda é motivo de controvérsia.
No entanto, o local cumpre um papel essencial no processo de reconstrução da memória histórica. Ali, presta-se homenagem não apenas aos mortos — inclusive cerca de dois mil membros das Waffen-SS — mas também à necessidade de compreender a guerra em toda a sua complexidade.
Afastado do centro urbano e cercado pela natureza, o cemitério transmite uma atmosfera de silêncio e sobriedade.
Sem grandiosidade nem triunfalismo, La Cambe convida à reflexão.
Permanece como um espaço de homenagem, um lembrete de que o dever de memória ultrapassa fronteiras e ideologias — e continua sendo um pilar da paz.
6. Museu da Batalha de Normandia, em Bayeux
Bayeux, a primeira cidade francesa libertada após o desembarque, abriga um museu dedicado à Batalha da Normandia.
O acervo inclui tanques, uniformes, fotografias e uma linha do tempo detalhada das operações militares. A cidade também abriga o Cemitério Militar Britânico, outro importante ponto de visita.
Cemitério Militar Britanico de Bayeux
O cemitério fica em frente ao memorial onde constam os nomes dos inúmeros soldados cujos corpos nunca foram recuperados.
Esse vasto local é carregado de emoção, especialmente quando se observa a idade dos combatentes.
Felizmente, como em todos os cemitérios britânicos, sua austeridade é suavizada por magníficos canteiros floridos, sempre muito bem cuidados.
7. Sainte-Mère-Église : O Paraquedista na Torre
Uma casa atrás da igreja em chamas, são 23h.
Bombeiros e moradores tentam controlar o incêndio. Pouco depois, por volta da 1h, os primeiros paraquedistas desembarcaram em Sainte-Mère-Eglise, um objetivo estratégico dos Aliados.
Mais tarde naquela madrugada o conhecido episódio do soldado John Steele acontece. E foi ali, suspenso entre a vida e a morte, que o soldado John Steele se tornou um símbolo de perseverança e resistencia.
O destino de John Steele, que sobreviveria para contar sua história, ressoaria como uma das inúmeras ocorrências heroicas daquela noite em que Sainte-Mère-Eglise, além de ser palco de duríssimos confrontos, se tornaria uma das primeiras vilas a ser libertada das garras do inimigo.
O Museu Airborne está situado no coração de Sainte-Mère-Église, a poucos quilômetros das praias do Dia D, em frente ao campanário onde o paraquedista John Steele permaneceu preso.
Com uma museografia espetacular e realista, o museu permite que você reviva o Dia D ao lado dos paraquedistas americanos dos 82º e 101º Airborne.
Desde os preparativos para o desembarque na Inglaterra até os intensos combates que culminaram na conquista da liberdade, você acompanhará de perto as tropas aerotransportadas em sua jornada rumo à vitória.
A Normandia é lembrada, sobretudo, pelas praias do Dia D.
Mas seu território guarda um conjunto muito mais amplo de locais ligados à Segunda Guerra Mundial.
Museus, memoriais e cemitérios ajudam a reconstruir os acontecimentos do conflito sob diferentes ângulos — e revelam como a guerra moldou a paisagem e a memória da região.
Cada ponto contribui para manter viva a memória coletiva, garantindo que os sacrifícios e as lições da guerra jamais sejam esquecidos.
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